domingo, 13 de setembro de 2015

Chegavamos a casa e imediatamente atiravas-te para cima da cama, depois olhavas para mim com ar de quem sabe o que está para acontecer.
Amei-te como não sabia ser capaz, tanto que não sei lidar com isso, nunca soube, muito menos agora.
Tinhas sempre esse ar de puto na cara - o meu preferido. Amar um puto foi o melhor desafio que tive.
Sabias o bem que me fazias e isso dava-te um certo gozo.
Cheiravas a amor - era delicioso.
Estavas sempre de bem com a vida, nunca me ensinaste como é que se faz, como é que se é feliz com tão pouco.
Naquela altura olhavas para mim como se soubesses que foras a melhor coisa que me aconteceu na vida. E eu na tua.
Já não me olhas assim. Já não me olhas de maneira nenhuma. Já não me olhas de todo.

3 comentários:

Andreia Morais disse...

O texto está fantástico!

Catarina disse...

Lindo texto.

Marta Moura disse...

Bonito!