Morrer – o que significa? O que é isto de morrer? Como é que as vidas acabam? Como é que as pessoas deixam, de um dia para o outro, de pertencer a este mundo? Como é que é a partida? Pois é, eu tenho um montao de perguntas para fazer. Mas ninguém me responde, ninguém me sabe responder.

Nao entendo, nao entendo mesmo porque já nao estás aqui. Tenho medo deste natal e da tristeza da tua ausencia que vai pairar nele.

O natal costumava ser a época mais feliz do ano, para mim. Família toda junta, muita animaçao, muitos sorrisos, muita alegria. Prendinhas com sentimento e brincadeiras de criança, que nunca acabavam. O mimo pairava em todos os natais, para todos, sem excepçao. E agora? Agora onde está isso tudo? A alegria fugiu (-nos) a sete pés, e agora ninguém sabe dela, mas toda a gente a procura. Como no jogo das escondidinhas. A diferença é que o desespero apodera-se, a procura continua e ninguém a alcança.

Nao quero estar sem ti. Estou farta de estar sem ti. Já sei qual é a experiencia, podes voltar agora.

Volta para nós, vem para o teu mundo. Vem para o teu cantinho onde todos te querem bem. Aqui ninguém esqueceu nada. Aqui todos lembram, todos os dias, a falta que nos fazes. Todos sentem. Todos querem voltar atrás e dar-te, pelo menos, um abraço e dizer-te que nao és esquecido e que, para onde quer que vás (estejas), esperemos que fiques bem. Dizer um simples “gosto muito de ti”, chegava-me. Sim, porque às vezes nao dizemos àqueles de quem mais gostamos o valor que tem para nós. E, muitas dessas vezes, o que falta é isso, o que falta é a despedida para deixar as pessoas partirem.

Eu nao me despedi de ti, nao te deixo ir. Nao consigo. E sofro com isso.

A tua, M.