As saudades apertam à medida que o tempo passa. Lembro-me todos os dias de ti com carinho e revolta ao mesmo tempo. Nao entendo estas coisas. Foste embora de um dia para o outro, mas ainda me custa mais saber que nao voltas.

Tenho saudades tuas. Eu nao me canso de dizer isto: tenho saudades tuas. Esse teu olhar, meigo e doce. Sempre pronto a ajudar. Sempre a sorrir. Olho para esta foto e sinto que me estás a dizer que estás bem e a olhar por mim, e por todos. Por isso gosto dela, porque é aqui que me transmites segurança e conforto.

Sofreste tanto durante a tua vida. Hospitais e hospitais, tantos hospitais meu tio. Tantas batas brancas, tantas caras de médicos. Tantos exames, tanta merda para nada. Nao estás aqui. Onde estavas bem era junto da família, era onde te sentias melhor. Vinhas uma semaninha e depois lá voltavas para a Marinha Grande. Mas nao te esquecias de telefonar, nunca. Todos os dias o telefone tocava. Eu atendia, e tu "Então moquinha, como vai a escola?". Oh tio, telefona. Telefona mais uma vez. Diz-me que estás bem. Por favor. Eu nao consigo ultrapassar isto depois de tantos meses. E é isso que custa, nao te deixar partir.

A única coisa que me deixa feliz é o facto de teres feito parte da minha vida. Repito isto inúmeras vezes. Mas é verdade. Nao há tios como tu. E eu (os primos, os tios, os papás, os avós e o resto da família) somos uns sortudos por termos tido a oportunidade de te ter na nossa vida. De te conhecer. Eu sou Monteiro, para sempre!

Espero que estejas bem meu tio. És o meu anjinho do céu.