Não gosto de sentir o meu coração a bater tão depressa. Não por este motivo.
Fazes falta. Ou já não. Não sei bem. Gostava que estivesses aqui, comigo, connosco.
Nunca te disse isto, mas vai ser agora, porque, na verdade, já não aguento mais: estragaste-nos a vida. Isso mesmo. Contigo era tudo perfeito sem o ser. Entendes o que quero dizer? Não pediria mais nada. E desde que voaste para longe de nós, passei a pedir-te, não sei a quem, mas passei a pedir-te de volta.
Estou com muito medo. Nunca me senti desta forma. Antes achava que as saudades aumentariam de dia para dia, que ia estar a pensar em ti constantemente, tudo que visse me lembraria de ti, todos os cheiros me lembrariam momentos. Mas não. E é isto que, pela primeira vez na vida, tanto me assusta. A tua face já não está tão nítida, da tua voz só me lembro das gargalhadas, já não consigo sentir o toque das tuas mãos, sempre tão geladas mas tão meigas. A tua ausência assentuou-se. Isso. Instalou-se e não vai partir.
Não falo de ti a ninguém. É como se fosses um grande segredo meu. Mas quando se revela, deixas de o ser e passas a ser, então, uma ferida aberta. Não quero tocar nela, mesmo quando todos os outros parecem querer, porque "recordar é viver". Não para mim. Faço os possíveis para não seres lembrado. Estarei a errar? Provavelmente. Mas é tão inconsciente que só agora, enquanto, mais uma vez, te escrevo, me apercebi.
"Moments. Life is a series of moments. Let them go. Let them all go."
Estou a fazê-lo, inevitavelmente.
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:)
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