domingo, 4 de dezembro de 2011

Adeus, Polaroid.


"Aí está mais uma vítima da modernidade: a Polaroid morre neste ano de 2009. Com o fecho das fábricas que produziam os filmes instantâneos, depois de já encerrada a produção de máquinas, em breve a Polaroid passará para o domínio da memória e da saudade. Diremos "eu ainda sou do tempo da Polaroid". Abriremos caixas antigas onde dormem, serenas, as fotografias tiradas ao longo dos anos, e vamos mostrá-las como hoje mostramos aqueles cubos de flash descartável que atarraxávamos às máquinas fotográficas, ou os discos de 78 rotações. Fui um cliente tardio da Polaroid – a minha primeira máquina foi-me oferecida nos tempos da revista “K”. Havia muitas máquinas na redacção, e o Miguel era um militante e tirava milhares de fotografias. Eu tirava poucas, porque me intimidava aquele ruído definitivo da máquina quando vomitava o rectângulo de cartolina. Era uma espécie de arte final – sendo afinal um eterno rascunho. Esta dupla condição baralhava-me – mas ao mesmo tempo fascinava. Foi assim que me aproximei da Polaroid – e a ela me rendi aos poucos.
Mais tarde, no DNA, suplemento que dirigi no DN, criei uma secção que se chamava "Noticias do Meu Diário". Todas as semanas emprestávamos a uma figura pública uma máquina Polaroid e um filme e pedíamos um retrato da semana através de sete Polaroids, uma para cada dia, com as respectivas legendas.
O registo fazia sentido por ser imediato, sem intermediários nem cópias. Cada imagem era única, cada momento irrepetível, e de uma caixa com dez Polaroids não se podia fazer mais do que… dez Polaroids.
Era essa a magia e o encanto daquele aparelho. Aprendi a amá-lo e acima de tudo a respeitar-lhe a condição. A massificação da fotografia digital ditou-lhe o fim – ainda que, estranhamente, lhe tenha elevado o estatuto. Uma Polaroid é uma Polaroid – e ao lado dela, milhões de imagens digitais que tiramos sem dedicação nem alma, repetida e distraidamente, ao ritmo a que respiramos, sem qualquer respeito pelo instante (porque, no fundo, todos os instantes são fotografáveis...), enfim, dizia, ao lado de uma Polaroid, as nossas rascas fotografias digitais são menos que zero.
No entanto, a Polaroid vai embora. A máquina digital fica. É uma lição terrível sobre o ponto em que estamos nisto a que chamámos “desenvolvimento."

Tinha este rascunho nas minhas mensagens. Lembro-me de ter ficado muito triste, pois eu tenho uma e queria usufruir dela. Mas recentemente conheci a minha futura máquina instantânea. 
Quero mesmo muito uma. E penso que ou no Natal ou no Ano Novo vai cá estar - vou encomendar dos States.
Portanto, adeus Polaroid. Olá FujiFilm instax 210!

2 comentários:

Carolina disse...

http://www.icebreaker.com.br/2009/05/bloqueando-selecao-de-textos-e-imagens.html aqui está o que tens de fazer. vais ao design do blog, e depois editar html, guardas o modelo actual no pc ou copias e guardas no word para se alguma coisa ficar errada, e depois fazes apenas os passos 2, 3, 4 e 5, do site que te mandei, e resulta. espero ter ajudado, e se precisares de alguma coisa diz.
beijinho

Catiiiii disse...

Gostei muito do texto :)) Ainda me lembro das Polaroide , embora tenha vivido num período já de transição para as máquinas digitais +.+
Se , por um lado , acho que as tradicionais são insubstituíveis , por outro devo admitir que os elevados custos que acarretavam as tornavam de acesso complicado para muitos e que o facto de cada um ter a sua câmara para fotografar os seus momentos também não é uma ideia nada má +.+

Tens de tirar um tempinho para dar umas braçadas ;) É sempre uma boa maneira de nos sentirmos leves e despreocupados *