No sonho, ainda que estivesses morto, víamo-nos (?) duas vezes por ano, no Natal e noutra época, nao sei precisar qual. Nao podíamos contactar-nos, pois estavas no céu e nao havia meios de comunicação. Mas quando vinhas, era como se estivesses aqui, como se nunca tivesses partido.
Era Natal, estava toda a gente reunida à mesa no cimo de uma rua muito estreita. Estava cá a família toda e todos te esperavam. Havia uma multidão na rua, muita gente, como se estivéssemos no meio de um concerto, ou de uma feira, e sem contarmos, apareces tu, a correr em direcção a nós. Todos se levantam, perplexos. E eu, completamente em lágrimas, vou ter contigo a correr, contra toda a gente, pois estava em direcção oposta. Não consigo descrever-te como foi abraçar-te. Mas nesse momento, tão feliz - o mais feliz - eu sentia-me completamente realizada. Há poucas pessoas que o sentem, numa vida inteira. E eu, com 16 anos, sentira-me assim. Só tinhas esse dia para passar connosco.
Os sonhos são algo de espectacular, inexplicáveis. Desejava sonhar assim todos os dias. Pois já que nao posso estar contigo quando estou acordada, pelo menos a dormir, na minha vida perfeita, noutro mundo, perfeito, poderia. Oh tio, nunca me senti assim. Fazes tanta falta. Espero que saibas que me lembro todos os dias de ti. E que tenho muito orgulho da pessoa que eras (que és, para mim sempre serás).
Nunca serás esquecido, sabes disso, nao sabes?
1 comentário:
lindo!
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